XVII Domingo Comum - A
26 de Julho de 2020
Reis 3, 5. 7-12; Sal 118 (119); Rom 8, 28-30; Mt 13,
44-52
Um coração inteligente
A inteligência emocional necessita
ser completada pela inteligência espiritual. No séc. IV, Santo Agostinho rezava
“Senhor, que eu me conheça a mim mesmo; que eu Te conheça, Senhor”. O
auto-conhecimento ideal é aquele que inclui o conhecimento d’Aquele que nos deu
a vida e nos sustenta no ser. Muitas vezes, ocorre que pessoas que não tiveram
uma formação escolar e académica prolongada sabem viver melhor do que grandes
intelectuais incapazes de falar com gente simples e com tiques de snobismo.
Podem não ser letrados, mas são sábios.
Jesus não teve uma educação
superior. Aprendeu os rudimentos da língua hebraica como qualquer hebreu da
época, para poder ler na sinagoga. No entanto, sabia ouvir, ver, pensar,
sentir, rezar. A sua sabedoria não estava fundamentada apenas na sua
omnisciência divina, mas na sua humanidade plenificada pela relação com o Pai e
com os outros. Por isso, Augusto Cury chama-lhe “o mais inteligente da
história”.
Diante das encruzilhadas e múltiplas opções que a vida nos apresenta todos os dias, a capacidade de decidir bem é um grande sinal de sabedoria. Decidir implica antever, preparar, sonhar, programar, estudar, ler, observar. E, depois de tudo isto, estabelecer a hierarquia de valores que leva a optar pela realidade mais justa, mais valiosa, mais feliz. Jesus afirma que a sabedoria de escolher o Reino de Deus é como a do negociante que encontra a pérola preciosa ou o tesouro escondido (Mt 13,44-46) e troca tudo para adquirir esse bem superior; ou como o pescador que distingue os peixes fracos dos bons peixes. Finalmente, “o escriba instruído” é como “o pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. Porque a sabedoria significa também saber onde estamos, donde viemos e para onde vamos.
P. Pablo Lima
In Notícias de Viana (1947), 23 de Julho de 2020, p. 7.
Muito bom! Obrigada por me abençoar!
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